O Catar é o primeiro país do Oriente Médio a proibir o uso de plásticos para servir alimentos quentes em restaurantes e padarias. A medida foi anunciada no final do mês passado e agora o Comitê Nacional de Controle de Alimentos do país deu prazo de três meses para que os comerciantes se adaptem à norma.
A exigência partiu depois de uma pesquisa cujo resultado demonstrou os perigos que as embalagens de plástico causam às pessoas. O médico Mohammed Al Thani, diretor do Departamento de Saúde Pública e Presidente do Comitê Nacional de Controle de Alimentos, disse que “a decisão é fruto da conscientização que temos para proteger as pessoas dos riscos à saúde causados por embalagens utilizadas para armazenar alimentos e bebidas quentes. Os novos padrões são resultado de uma profunda pesquisa feita sobre o assunto e as alternativas sugeridas não causarão um impacto financeiro ao consumidor e aos donos de estabelecimentos”.
Para o chefe do Departamento de Laboratórios e Padrões do Ministério do Meio Ambiente, Dr. Mohammed Bin Saif Al Kuwari, “é importante que as pessoas estejam conscientes dos perigos relacionados à saúde associados com as embalagens. Os materiais alternativos são melhores para o meio ambiente e para a saúde. No futuro, latas e alumínio terão também seus impactos analisados”.
Estudos revelam que o aquecimento do plástico leva ao desprendimento de químicos que contaminam os alimentos e as bebidas. Um desses químicos é o bisfenol A. Segundo pesquisas, ele pode provocar puberdade precoce, câncer, alterações no sistema reprodutivo e no desenvolvimento hormonal, infertilidade, aborto e obesidade. Por conta disso, já foi proibido na União Europeia, no Canadá, na China, na Malásia e na Costa Rica. Onze estados americanos também já vetaram o BPA em mamadeiras e copos infantis.
Leia no site O Tao do Consumo (link abaixo) sobre a preocupação de vários municípios brasileiros, que estão dispostos a proibir o bisfenol A.
Joel Leite
Fonte: UOL